(Texto de Pedro Inacio Mezzomo)
Ainda que tenha tomado algumas informações em notícias sobre este assunto, as opiniões correspondem com meu pensamento, e decorrem muito da experiência acumulada junto ao sistema cooperativo de saúde brasileiro.
A análise das nossas instituições mostra debilidades que devemos combater e corrigir imediatamente, tendo como objetivo reforçar o nosso modelo de cooperativismo.
Devemos nos adaptar ao mercado, que nos impõe dificuldades de diversas origens – concorrência, judicialização, interferência governamental, etc. São ameaças ao nosso modelo e exigem atuar em consonância com o mercado, sem perdermos a essência do cooperativismo.
Vamos unir nossas forças – aumentar a integração, para reagirmos – encontrando alternativas viáveis para o momento.
As oportunidades continuam presentes, para quem busca novos caminhos, em benefício das pessoas.
Vale lembrar que algumas dificuldades aparentam ser maiores que de fato o são. Enquanto isso, desdenhamos fatores menores, que impactam mais no sistema cooperativo. Devemos estudar o entorno.
A sociedade não tem consciência do valor das cooperativas. Não somos visíveis à sociedade, como cooperativas. Conhecem bem a marca e pouco do movimento do setor.
Os governos, nos diversos níveis, não demostram atuação proativa com relação às cooperativas. O setor público aparenta ter medo de perder seu valor no setor de saúde. Compete e se torna em competidor desigual com o setor privado (alternativo). Sim, alternativo, porque os órgãos controladores nos denominam suplementar, o que na prática são somos.
Há necessidade de melhor governança nas nossas organizações, permitindo inovação contínua.
Os inúmeros atos legais de controle tornam a legislação confusa e espoliadora, na medida que contratos e compromissos bilaterais prévios se tornam de pouco valor, o que leva a discussões judiciais cansativas e desgastantes, em todos os sentidos.
Muitos acreditam que não somos um sistema autossustentável, que não vamos sobreviver. Mas lembremos bons resultados. Os casos ruins são em bem menor número.
O setor público não investe em cooperativas de saúde, o que talvez tornaria a viabilidade mais frequente, o que proporcionaria melhor atendimento da população e atuaria como auxiliar na cobertura à saúde nacional.
Quem é responsável pela saúde da população? São diversos os participantes: usuários, trabalhadores da saúde, médicos, etc. Compreendendo que essa atividade melhora a saúde das comunidades, que busca um menor custo, que aprecia a participação de seus membros, que ajuda a desenvolver as comunidades, é imprescindível que o setor público também seja parte efetiva objetivando a participação e a satisfação da sociedade.