(© Texto de Edson Luiz Doncatto)
Nas cooperativas em geral, dependendo do seu ramo de negócio ou da sua finalidade social, o ingresso é tecnicamente limitado, tendo em vista que se aumentar demasiadamente o quadro social, não haverá trabalho para todos os sócios.
Numa cooperativa de consumo ou de produção este problema não existe, porém nas cooperativas de trabalho e nas cooperativas médicas, onde do montante arrecadado mensalmente é feita a distribuição por serviços prestados, isto pode ocorrer. Quanto mais sócios, maior a possibilidade de diluição dos ganhos. Ainda que as cooperativas tenham sido constituídas com finalidade de proporcionar trabalho, é difícil quantificar o ponto em que a diluição dos ganhos dos sócios passa a repercutir, pois é normal que todos queiram ganhar bem.
No cooperativismo médico, o fato de ser sócio não significa que o mesmo terá trabalho assegurado e muito menos um ganho estimado, pois aqui existem algumas peculiaridades pouco encontradas nos outros ramos.
O grande trunfo do cooperativismo é o fato do sócio ter acesso ao mercado de trabalho ou de serviço que sua cooperativa oportuniza – representando o mesmo. Porém, o sucesso desse trabalho e a procura pelos clientes são dependentes da capacidade pessoal do profissional. Ser sócio de uma cooperativa não assegura ganho certo, o que é salutar, pois obriga ser cada vez mais competente e ter sempre bons resultados no trabalho desenvolvido, estar atualizado, estudar continuamente. No futuro, acredito que a valoração do trabalho médico nas cooperativas médicas, levará em conta estes itens, além da experiência de cada sócio. Esta experiência é fundamental para si e para a própria cooperativa uma vez que o produto que é oferecido ao mercado de planos de saúde é o próprio trabalho do médico.
Como as cooperativas médicas já completaram quatro décadas é normal que o seu quadro social esteja em renovação gradual e continuada. A necessidade de competir no mercado aponta para o ingresso de novos sócios, com novos conhecimentos e com capacidade de aplicação das novas tecnologias, fator relevante.
Qualificar o quadro de sócios da nossa cooperativa é necessário. Utilizando critérios técnicos para ingresso é estratégico para manter a carteira dos clientes, sem interferir no trabalho dos demais sócios. O nosso ganho depende da capacidade técnica individual e principalmente da relação médico-paciente, característica fundamental que diferencia as cooperativas médicas das outras cooperativas de trabalho.