*Aproveito e coloco um texto sobre a importância do médico, publicado em 2014, na Associação Médica. Continua muito atual! O antigo e o novo!:
(Pedro Inacio Mezzomo, Cirurgia de Cabeça e Pescoço)
Creio que o idealismo, até cerca de 20 anos atrás, era o fator que mais impulsionava os jovens para a escolha da carreira de médico. Continuamos idealistas? Sim. Mas a diferença é que naquela época tínhamos mais autonomia e éramos líderes locais. Ao médico era legada uma importância profissional igual das maiores autoridades. A estas personalidades era atribuída a responsabilidade de conduzir e orientar a comunidade. O trabalho era intenso e a relação médico-paciente era melhor. O termo intermediário era desconhecido pela nossa classe e os ganhos eram maiores, pois a valorização estava no trabalho “artesanal”. Atualmente, repetindo o que muitos já disseram, parece valer mais (ao médico, ao paciente e até perante a lei) o exame complementar, sabidamente caro.
Hoje somos em grande número disputando o mercado. Apesar da competitividade e da mudança de valores, é preciso continuar sonhando, mas com os pés firmes na realidade. Muitas são as mudanças atuais. A globalização exige rapidez nas decisões, ousando naquilo que não estamos acostumados. Passou o tempo do individualismo. Nossa atuação deve exercer influência sobre as políticas públicas, precisamos ser mais gestores e menos subordinados, precisamos promover a classe, defendendo o ato médico básico, não deixando nos dominar por interesses industriais de materiais, medicamentos e seu rol de colaboradores, precisamos entender a colaboração e o trabalho coletivo, não havendo nisso maior exemplo que o cooperativismo médico.
O cooperativismo médico continuará se expandindo, porque as cooperativas estão intimamente ligadas à comunidade, e o que as faz grande é a maneira como atuam. A grande maneira de atuação não está apenas na matéria, mas na essência que nos liga a ela, porque a essência da relação faz a diferença.
Ou somos capital, ou somos governo, ou somos cooperativismo, o sistema que mais cresce dentro do terceiro setor. O cooperativismo defende ideias e não pessoas. E a força do trabalho em conjunto, e seus objetivos são claros. Cooperar é a condição para se ter uma equipe, abrir-se para a troca, confiar para o conhecimento mútuo, partilhar, não só o teórico, mas também o prático, a construção, a adequação, e a sobrevivência diante das dificuldades atuais.

