(Edson Luiz Doncatto – Ibrascoop)
Muito se fala sobre a precarização do trabalho, trabalho escravo, trabalho sem carteira do trabalho assinada, falsas cooperativas de trabalho para não pagar os encargos sociais, em suma: irregularidades que ensejam ação da fiscalização e aplicação de multas se persistirem os fatos relatados.
Em algumas regiões do país, surge a necessidade de mão de obra temporária ou trabalho num determinado período, principalmente na área agrícola e em terrenos acidentados.
Nesta época há uma migração de trabalhadores avulsos de locais onde há pouco trabalho para regiões onde a mão de obra se faz necessária, havendo um grande fluxo destas pessoas.
Eventualmente surgem problemas, principalmente quanto às condições de habitação/estadia, condições de trabalho, e direitos trabalhistas correspondentes aos pressupostos de vínculo empregatício.
Como resolver ou amenizar esta situação, uma vez que o trabalho dos safristas é temporário e os trabalhadores, na maioria das situações, são contratados por terceiros?
Uma alternativa viável seria a criação de uma cooperativa de trabalho, que congregaria todos os trabalhadores safristas, no âmbito regional, representando as pessoas que todos os anos se defrontam com esta situação.
A cooperativa seria contratada pelos produtores agrícolas, sendo ela também responsável pelas condições de habitação e do trabalho a ser executado.
Ao invés de multas e punições teríamos os trabalhadores safristas mais bem orientados e a cooperativa de trabalho cumprindo sua função social.
É um belo desafio para alguns segmentos sociais que se dedicam a atividades de ajuda à comunidade: criar uma cooperativa de trabalho, mesmo sabendo da dificuldade da natureza humana e principalmente convencer os trabalhadores safristas a aceitarem a ideia.


Você precisa fazer login para comentar.